quinta-feira, 26 de junho de 2014

Resistência e Luta dos Trabalhadores em Educação de Goiânia

Os trabalhadores em educação da rede municipal de Goiânia encontram-se em greve desde o dia 26 de maio. Os servidores decidiram retornar a greve que haviam suspendido em 2013. Os motivos são vários, desde o descaso com a educação pública, as péssimas condições salariais e de trabalho e principalmente o não cumprimento dos acordos firmados na greve de 2013.
As pautas de reivindicações imediatas dos profissionais da educação são o cumprimento imediato dos acordos firmados em 2013,  apresentando o calendário de cumprimento deste acordo. Assim como a derrubada do decreto 1248, que atingiu os trabalhadores de toda rede municipal, não só da educação, levando a um corte de salário de vários profissionais. Exigem também a gratificação de 30% retroativa a maio de 2014 para os auxiliares administrativos. Em relação aos professores existe a questão do pagamento retroativo do piso salarial. São cobranças mínimas, porém a prefeitura vem se mostrado  intransigente nas negociações, deixando claro o lado autoritário e  fascista dessa gerência petista.
Apesar da intransigência da prefeitura, o ganho político até então para os trabalhadores está tendo um nível elevado, a greve tem recebido apoio de vários segmentos da sociedade,  como exemplo os trabalhadores da saúde que também estão em greve. Movimentos estudantis independentes também estão apoiando os servidores em greve e participando ativamente da ocupação.
No dia 10 de junho os trabalhadores decidiram ocupar por tempo indeterminado a Câmara Municipal de Goiânia. Em uma ação arbitrária o presidente da Câmara ordenou o corte da água e da luz. Com essa medida, os lutadores se apoiaram mutuamente e contaram com a solidariedade da categoria, improvisando a ocupação com uma caixa d’água e gerador de energia.
 
 
A luta dos educadores em Goiânia é marcada por sua forma independente e combativa. Os profissionais da educação vem traçando esse caminho de forma organizada desde 2010, onde os trabalhadores  insatisfeitos com o sindicato pelego, ligado ao PT, que em nada organizava a classe para lutar por melhorias profissionais  e na educação de modo geral, criaram uma nova alternativa de luta, organizando a classe em um novo sindicato, o SIMSED,  também construindo um movimento pela base, com assembleias abertas dando voz e decisão a todos os envolvidos.
 Esse caminho independente de luta vem ganhando força em todo o país, os sindicatos oportunistas vem sendo atropelados pelos trabalhadores fazendo com que se alastre a cada dia greves de várias categorias, como foi a dos garis no Rio de Janeiro na qual houve o rompimento com o sindicato, que tentou acabar com a greve. Os garis de forma independente continuaram a luta e conseguiram uma importante vitória, com um aumento salarial de 37%. Em ano eleitoral isso reflete na denuncia contra essa farsa que ocorre a cada dois anos, o rechaço pelas siglas eleitoreiras cresce a cada dia e o número de pessoas que deixam de votar ou que votam nulo.
 
 
Todo apoio a justa Ocupação da Câmara Municipal de Goiânia pelos trabalhadores em luta!
Viva a Greve dos trabalhadores em educação de Goiânia!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Abaixo o terrorismo de Estado! Lutar não é crime!

A Greve Unificada dos trabalhadores em educação do Rio de Janeiro, deflagrada no dia 12 de maio, resiste a mais de um mês de forma combativa aos sucessivos ataques desferidos pelas gerências municipal e estadual. Devemos ter plena consciência de que nossa greve se constrói em uma conjuntura nacional de criminalização dos trabalhadores em luta, pois não há outra maneira de garantir a farra da mafiosa FIFA e do PT e sua suja Copa do Mundo no Brasil. Nos últimos meses testemunhamos a intensificação da repressão policial às manifestações e a tentativa de supressão do Direito de Greve, caracterizando a linha dura de perseguição aos que exigem aumento salarial e melhores condições de trabalho e vida.
Diante desse quadro não podemos ceder às pressões e nos desarticularmos, proceder dessa forma é ser conivente com os crimes do Estado e encaminhar a derrota do movimento. Devemos nos espelhar nos exemplos vitoriosos de luta, como nos demonstraram os garis, que frente à ameaça de demissão não se intimidaram, mantiveram a unidade, organização e empreenderam uma resistência até arrancarem suas reivindicações.
O prefeito Eduardo Paes e o governador Pezão tentam nos coibir pelo terrorismo, pretendem nos desmobilizar pelo medo e é por esse motivo que ameaçam de demissão centenas de nós. Porém, essa ação ilegítima revela o tamanho da nossa força, o quanto a greve dos trabalhadores da educação os incomoda e, portanto, pode ser vitoriosa. O Direito de Greve não caiu do céu, foi conquistado após longas batalhas que custaram sangue e suor dos trabalhadores, não será diferente para garantir sua manutenção. Nossa vitória não depende exclusivamente de uma fórmula jurídica, mas sobretudo de uma linha política combativa.

Integrar as manifestações contra a Copa da FIFA!

Neste contexto é fundamental integrarmos nossa luta por uma educação pública gratuita, de qualidade, e que sirva ao povo, a luta contra a copa e a farra da FIFA e do PT. Nossa greve não pode estar descolada do que há de mais avançado neste momento de luta política no país onde, principalmente a juventude combatente, mas também comunidades removidas, operários, camponeses, se unem para lutar contra o estado de exceção criado e a entrega do país a esta entidade e seus patrocinadores.
O Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação conclama todos os educadores, para se somar às lutas contra esse velho Estado e por uma Nova e verdadeira Democracia. Neste momento, em que se fazem cada vez mais graves os ataques do imperialismo contra os povos de todo o mundo, rebelar-se tem sido cada vez mais justo! Exigimos o fim da criminalização da luta popular, liberdade imediata para todos os presos políticos, e a extinção imediata dos processos de demissão!
Viva a combativa greve dos trabalhadores em educação!
FIFA Go Home!

23/06, Segunda-feira - ATO NÃO VAI TER COPA! FIFA GO HOME! 
 
Local: Praça Cardial Arcoverde, Copacabana, às 16h
 
28/06, Sábado - ATO NÃO VAI TER COPA! FIFA GO HOME! 
 
Local: Praça Saens Peña, às 17h

quarta-feira, 14 de maio de 2014

MOCLATE LANÇA NOTA DE APOIO E PARTICIPA ATIVAMENTE DA GREVE DE PROFESSORES NO RIO DE JANEIRO
Por Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação (Moclate) - moclate.rio@gmail.com
Transformar cada escola em uma trincheira da luta!

Em defesa da educação pública, gratuita e que sirva ao povo!
Na greve do ano passado ficou claro que sem combatividade não é possível pressionar o governo. As greves da educação por muito extensas que sejam, afetam minimamente o governo. Não são como uma paralisação numa indústria ou no transporte público que trazem grande impacto econômico. Ao contrário, são facilmente utilizadas pela manipulação demagógica dos governantes e usada como chantagem por essa imprensa venal, os quais se apresentam como hipotéticos defensores do direito do povo à educação.
Precisamos potencializar nossa greve, que teve início em 12 de maio, com a ocupação da administração e de todas as atividades da escola, transformando cada uma delas na nossa base principal de organização. Para isto ela tem que ser um ponto de mobilização e organização de professores, funcionários, estudantes e pais, enfim uma Assembleia Popular na defesa da escola pública. Manter a escola fechada durante nossas greves nos enfraquece, pois nos distancia do que deve ser nosso principal apoio, enquanto os agentes do Estado reacionário e os monopólios de imprensa trabalham para desinformar e confundir a população
.
Além de massivas e combativas manifestações de rua, devemos ocupar as escolas para dar aulas às crianças e jovens e realizar assembleias com a comunidade, explicando e informando a todos a real situação do ensino e dos trabalhadores (professores e outros servidores), a situação do país, a politicagem oportunista dos “políticos” e de seus partidos eleitoreiros demagógicos e mentirosos, realizando enfim toda a denúncia sobre este Estado e seu caráter de classe opressor e explorador do povo trabalhador. Cada escola pública, uma a uma, deve ser o centro de nossa organização.
E por fim é preciso que sigamos o exemplo das massas populares, principalmente as das favelas, que estão se rebelando todos os dias contra a violência policial e o velho Estado. É necessário ultrapassar os limites que esta ordem reacionária nos impõe defendendo e praticando o direito do povo à rebelião, devemos demonstrar para nossos alunos que a Rebelião se Justifica!
Não vai ter copa!

Rebelar-se é Justo!

Viva a luta Classista e Combativa!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Todo apoio a greve unificada dos professores do Rio de Janeiro


Após seis meses da última vigorosa jornada de lutas da educação pública, os trabalhadores em educação das redes estadual e municipal de ensino do Rio de Janeiro entraram em greve nesta segunda-feira, 12 de maio. A decisão foi tomada em uma massiva assembleia na última quarta-feira (7). 


 
 
As principais reivindicações dos trabalhadores em educação são 20% de aumento, um terço de tempo para o planejamento de aulas, mais concursos e diminuição da carga horária para 30 horas para os funcionários.
Na mesa da assembleia, e lugar de destaque, estava fixada uma grande faixa com os dizeres “Não vai ter copa!”
A última greve dos trabalhadores em educação do Rio foi um grande exemplo, haja vista sua combatividade e massividade. No dia 07 de outubro de 2013 ocorreu uma manifestação em apoio à luta com mais de 70 mil pessoas. Uma das marcas da greve foi à intensa aproximação das bandeiras de luta da categoria com os anseios da comunidade escolar (pais, alunos e funcionários) e a fusão da luta em defesa do ensino público com a juventude combatente nas ruas.



 

A greve de 2013 deve também ser um espelho para a presente luta e os trabalhadores em educação do Rio devem intensificar o trabalho em cada escola, convocando a comunidade de cada escola para debater os reais problemas do ensino público, aliando a manifestações e ocupações de prédios públicos para arrancarem as conquistas necessárias.
Nós da Liga Operária e do MOCLATE - Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação reforçamos o nosso apoio incondicional aos educadores do Rio de Janeiro em luta e conclamamos a necessidade da luta unificada de professores, funcionários, pais e alunos contra a destruição do ensino público e pela valorização da escola pública.


Não vai ter copa!

Viva a luta classista e combativa!

sábado, 10 de maio de 2014

TRABALHADORES DE ALTO ALEGRE DOS PARECIS MANTÉM GREVE



Os trabalhadores do serviço público municipal de Alto Alegre dos Parecis, na Zona da Mata de Rondônia, seguem em greve geral denunciando as péssimas condições de trabalho, inúmeras irregularidades na administração municipal e exigindo reajuste de salário. A greve que iniciou em 25 de março de 2014 sem que o executivo municipal apresentasse uma proposta razoável aos trabalhadores.






Diferente das centrais pelegas que “comemoram” como dia de festa e sorteio de carros e outros atrativos para enganar os trabalhadores, a categoria dos trabalhadores municipais organizou grande manifestação para celebrar o 1º de Maio de 2014, resgatando o verdadeiro significado desta importante data na história de luta dos trabalhadores de todo o mundo. Após manifestação, ocorreu uma palestra com a Prof. Dr. Marilsa Miranda de Souza, do Centro de Estudos e Pesquisas Marxistas em Educação e História na Amazônia – CEMEHIA/UNIR, do Campus de Rolim de Moura, que expôs a história do 1º de Maio e as lutas atuais dos trabalhadores no Brasil, dentre elas as mobilizações contra a Copa do Mundo e a luta por uma educação do campo de qualidade.
A greve dos trabalhadores municipais de Alto Alegre iniciou em março após sucessivas promessas do executivo que desde 2013 informou que neste ano iria fazer a reposição de 31,67% de perdas salariais. A pauta de 19 itens ainda inclui a denúncia das péssimas condiçõe
s de trabalho nas escolas, postos de saúde e outras áreas. Outra denúncia feita pelos grevistas ao Conselho Estadual de Educação são as inúmeras irregularidades nas escolas, dentre elas a falta de salas de aula, escolas que não estão funcionando, irregularidades em relação a cargos comissionados do prefeito não habilitados para a docência e que sequer cumpre a jornada de trabalho.
Nós do Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação – MOCLATE saudamos a coragem e a combatividade dos municipais de Alto Alegre dos Parecis, que como outras iniciativas em outras regiões do Brasil, rompem com o oportunismo das direções pelegas que pautam suas lutas pelo calendário eleitoral fazendo das greves e mobilizações, espaço para trampolim eleitoral, daqueles que seguem retirando direitos, reprimindo trabalhadores e criminalizando as lutas sociais no campo e da cidade.
É de urgente necessidade trazer para a pauta de nossas mobilizações o verdadeiro caráter classista, denunciando as práticas corporativas e eleitoreiras daqueles que utilizam a máquina sindical e a organização dos trabalhadores como apêndice dos governos de plantão. Sigamos o exemplo da greve dos garis do Rio de Janeiro, que romperam com todo o oportunismo e arrancaram importante vitória para sua categoria. Em Alto Alegre a luta seguirá vitoriosa mobilizando pais, estudantes e comunidade em geral contra os desmandos e denúncias de corrupção do prefeito que age como senhor feudal! Só a mobilização popular garante a vitória! Sigamos firmes na luta!

A GREVE É GERAL!

CONTRA O FASCISTA PREFEITO MUNICIPAL!

Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação – MOCLATE
Rondônia

quinta-feira, 17 de abril de 2014

SEMINÁRIO EM ROLIM DE MOURA DEBATE
OS 50 ANOS DO GOLPE DE 1964

O Grupo de Pesquisa Centro de Estudos Marxistas em Educação e História (CEMEHIA), da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) - Campus de Rolim de Moura, promoveu ontem, 03 de abril, o seminário “OS 50 ANOS DO REGIME CIVIL-MILITAR DE 1964: Ditadura fascista e resistência popular no Brasil contemporâneo” e reuniu em dois turnos, cerca de 480 participantes.

O evento ocorreu no Teatro Francisca Verônica, contou com o apoio da Secretaria de Educação (SEDUC) e teve a participação de professores e estudantes de ensino médio de Rolim de Moura. A programação incluiu palestras, debates, exposição fotográfica e exibições de curtas-metragens.  O objetivo foi debater sobre o regime fascista gerenciado pelos militares no país com severas restrições a todas as liberdades democráticas, perseguições, prisões, torturas, censura, execuções sumárias e desaparecimentos forçados contra milhares de revolucionários, democratas e todos aqueles que ousavam questionar o regime.

Um dos temas abordados foi a ausência de punição para os torturadores naquele período e as ações do atual Estado antidemocrático que segue utilizando de prisões, torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados contra os pobres de uma forma geral e, particularmente, contra aqueles que lutam por seus direitos. Outro aspecto abordado, além da temática historiográfica foi o de identificar as “marcas” atuais da ditadura, presentes na atualidade. Professores propuseram que se deve haver uma campanha para conscientizar a população sobre o fato de escolas, praças e até cidades homenagearem ditadores brasileiros, como é o caso do município Presidente Médici em Rondônia.



Os debatedores foram os professores Carlos Alexandre Barros Trubiliano (Departamento de História/UNIR – Campus de Rolim de Moura), Márcio M. Martins (CEMEHIA/UNIR) e professor Leandro Souza (SEDUC/Rolim de Moura). A Banda de Rock Donnalice fez uma intervenção musical com canções de Chico Buarque e outros artistas que criticaram a ditadura civil-militar.

A coordenação do grupo de pesquisa CEMEHIA é composta pelos professores Marilsa Miranda de Souza, Paulo Aparecido Dias da Silva, Márcio Marinho Martins, Maria Aparecida da Silva e José Aparecido da Cruz, além de diversos estudantes de Pedagogia e História.

Fortalecer o campo classista na luta pelo ensino público

MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação

Nos dias 17, 18 e 19 de março, trabalhadores em educação das redes municipais e estaduais de todo o país realizaram uma paralisação nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). 

As paralisações em diversos estados e centenas de municípios aconteceram no momento em que a educação e demais serviços públicos essenciais à população sofrem ataques de todos os governos. Os professores, demais funcionários da Educação e milhões de crianças e jovens são as primeiras vítimas desta política do velho Estado que não se cansa de falar em “prioridade da Educação” ao mesmo tempo em que aumentam seus ataques contra o ensino público, com cortes nos orçamentos, arrocho salarial, privatização do ensino público, desvio de verbas da Educação para o ensino privado e empresas capitalistas. Todas as semanas há anúncios de cortes de bilhões nos orçamentos com o claro intuito de atender aos interesses dos imperialistas como no caso da farra da Copa da FIFA.

Temos presenciado nos últimos tempos greves combativas deflagradas em outros setores, como os garis no Rio de Janeiro; os operários nas obras do Comperj, também no Rio; os Rodoviários em Porto Alegre, e os próprios trabalhadores em educação nas greves massivas e radicalizadas deflagradas no ano passado – todos esses movimentos realizados de forma independente das direções pelegas e vendidas dos sindicatos e centrais governistas.

Fatos como esse tem se multiplicado em todo o país, particularmente a partir de junho do ano passado a juventude combatente se levantou em protestos multitudinários em todo o país abrindo caminho para a deflagração de novos protestos e lutas combativas no campo e cidade.

A “mobilização nacional” convocada pela CNTE foi anunciada em janeiro após o Ministério da Educação (MEC) anunciar a atualização do piso salarial nacional em míseros 8,32%, sendo este índice a “nova” estimativa de custo aluno do FUNDEB para 2013. É justamente esse índice que serve de teto para achatar a correção do piso salarial do magistério em 2014. De acordo com os mecanismos apontados pela Lei 11.738/2008, a Lei do Piso, a previsão de atualização deveria ser de 19%, ou seja, ficou configurado um verdadeiro golpe da gerência Dilma em conluio com governadores contra os trabalhadores em educação.
Mas apesar da direção oportunista e governista da CNTE/CUT que convocou mais uma paralisação nacional com claro propósito eleitoreiro, os trabalhadores em educação empreenderam ações combativas em alguns estados, independentes das direções pelegas, rompendo a crosta do oportunismo, dando vazão ao grito de revolta da categoria, sob influência e fundindo-se aos protestos populares que ocorrem em todo o país. Em Curitiba, os trabalhadores da rede municipal decidiram, em assembleia realizada no dia 19 de março, pela continuidade da greve no município por tempo indeterminado. Os educadores de Alagoas decidiram pela continuidade das paralisações também nos dias 20 e 21 de março. Por outro lado, em São Paulo, onde concentra o maior número de trabalhadores em educação do País, a direção da APEOESP sabotou a greve convocada pela própria Central ao qual é filiada, escancarando seu histórico pelego e oportunista.

A greve nacional dos trabalhadores em educação não deve romper o círculo de ferro das “mobilizações nacionais” domesticadas, com balões, narizes de palhaço e marchas a Brasília. A luta em defesa do ensino público, gratuito e a serviço do povo deve partir das mobilizações nas escolas, da união entre professores, funcionários, estudantes e pais de alunos, seguindo o exemplo apontado pela juventude e nosso povo em luta, com bloqueios de rodovias, ocupações de prédios públicos e, particularmente, greves de ocupação nas escolas, transformando-as em trincheiras de resistência.

terça-feira, 18 de março de 2014

REDE MUNICIPAL - ANANINDEUA - PARÁ

Contribuição do MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em
Educação para o debate sobre 1/3 de hora-atividade:

Uma das pautas de nossa campanha salarial no ano de 2014 é a alteração da jornada estabelecida na Lei Municipal 2.355/09 - que estabelece nosso Plano de Carreiras, Cargos e Remunerações (PCCR)
– com o objetivo de adequá-la ao que é estabelecido pela lei federal 1.738/08, mais conhecida como “Lei do Piso”. O 2º artigo da referida lei, em seu 4º paragrafo estabelece que os profissionais do magistério público deverão, no máximo, dispor de 2/3 (dois terços) da jornada para atividades diretas com os educandos, daí concluir-se que o restante, ou seja, 1/3 (um terço) ser destinado exclusivamente a hora-atividade Vejamos abaixo como está hoje e como deverá ficar se a proporção acima for implementada:

Como está hoje:

120 h = 100 (S.A) + 20 (H.AP)

Nossa jornada possui apenas 1/6 (um sexto) de hora-atividade. Para atender o que diz a lei, deverá ficar assim
:
120 h= 80 (S.A) + {20 (H.AP) + 20 (H.AF) = 40}

A matemática é simples: se temos uma jornada de 120 horas, para obtermos a terça parte basta dividir por 3
:
120/3 = 40

Para a Prefeitura se adequar a “Lei do Piso” precisamos ter mais 20 horas-atividades na jornada, pois já recebemos 20 horas para planejamento, correção de provas, estudo, etc. Vejamos para a
jornada de 240 horas:

240 h = 160 (S.A) + {40 (H.AP) + 40 (H.AF) = 80}

E os Pedagogos (Técnicos), como ficam? De acordo com a lei eles também têm direito a horaatividade. Como eles possuem uma jornada diferente, ou seja, de 180 horas por mês, a proporção ficaria assim:

180 h = 120 (A.D) + 60 (H.AF)

Por fim, acreditamos que a Secretaria de Educação deverá encontrar mecanismos que possibilitem a efetivação da hora-atividade (1/3) para todos os Profissionais do Grupo Operacional Magistério (Professores e Técnicos), respeitando as especificidades de todos os niveis e modalidades de ensino Convocamos todos os Trabalhadores em Educação a lutar pela implementação da hora-atividade!

MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação

E-MAIL: moclatenacional@gmail.com

BLOG: www.blogdomoclate.blogspot.com

legenda: S.A = Sala de Aula / H.AP = Hora atividade que possuimos atualmente / H.AF = Hora atividade que falta / A.D
= Apoio à docência

domingo, 16 de março de 2014

Belo Horizonte: Estudantes protestam por democracia na escola e enfrentam repressão policial

Alunos da Escola Estadual Professor José Mesquita de Carvalho, no bairro Coração de Jesus, na região centro-sul de Belo Horizonte, realizaram uma manifestação no dia 14/03 contra as regras internas do colégio que impõe, sem discussão, normas consideradas autoritárias pelos estudantes.

A polícia militar foi chamada pela direção da escola e os alunos se rebelaram. Os policiais lançaram sprays de pimenta contra os jovens que, em resposta, quebram o vidro de uma viatura da PM durante o protesto.

O MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação saúda a iniciativa dos jovens estudantes, que exerceram o direito de manifestar-se e rebelar-se contra o autoritarismo da direção da escola. É nessa luta que acreditamos e propomos colocar nossa energia. A comunidade escolar unida deve lutar por democracia e qualidade nas nossas escolas públicas.





Rebelar-se é Justo!

terça-feira, 11 de março de 2014

MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação
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Boletim informativo n° 01/2014 – Rede Municipal – Ananindeua (e-mail: moclatebrasil@gmail.com / blog: www.blogdomoclate.blogspot.com)

O ano de 2014 começou e grandes perspectivas se abrem para os trabalhadores e o povo brasileiro. As jornadas de junho e julho do ano passado demonstraram que as massas têm disposição de sobra para lutar. E, em nossa categoria não é diferente. Ano passado realizamos uma importante jornada de lutas na rede municipal de Ananindeua. Tivemos importantes vitórias (Enquadramento no PCCR, fim da Suplementação, reajuste do salário e do vale-alimentação), porém nada disso teria sido possível se não tivessemos lutado e ameaçado o gerente de plantão (Pioneiro/PSDB) com a possibilidade de uma vigorosa greve.
Esse ano não será diferente! E olha que o ano começou com um belo exemplo: Os GARIS do Rio de Janeiro travaram uma dura batalha contra dois inimigos - A gerência Eduardo Paes/ PMDB e o sindicato pelego que diz representá-los. No final, a vitória foi dos trabalhadores, que arrancaram 37% de aumento, contra os 9% acertados entre Sindicato e Governo.
Em nossa primeira assembléia do ano, realizada no dia 27 de fevereiro decidimos: Ou Pioneiro atende nossas reivindicações ou é GREVE! A desculpa do ano passado (herança maldita, casa desorganizada, orçamento aprovado pela antiga gestão, etc.) não “cola” mais, pois Pioneiro está em seu segundo ano à frente do município. Nos últimos 5 anos as verbas do FUNDEB para o município de Ananindeua cresceram mais de 100% e nosso reajuste salarial não ultrapassou 23%, enquanto o reajuste do piso nacional foi de aproximadamente 63%, ou seja, ficamos bem atrasados em relação a outras redes de ensino.Vamos mostrar nossa força concentrando-se em frente a SEMED no dia 12 para acompanhar a primeira rodada de negociações e paralisar as atividades no dia 18 com um grande ato em frente a prefeitura!

NOSSA PAUTA:

01- REAJUSTE DE 45%;

02- RETROATIVO DO ENQUADRAMENTO;

03- VALE ALIMENTAÇÃO PARA TODOS OS SERVIDORES NO VALOR DE 500 REAIS;

04- PAGAMENTO IMEDIATO DA GRATIFICAÇÃO DE NIVEL SUPERIOR, INDEPENDENTE DE DECISÃO JUDICIAL;

05- REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO PARA TODOS OS NIVEIS E CARGOS;

06- ELEIÇÃO DIRETA PARA DIRETORES DE ESCOLAS;

07- PLANO DE SAÚDE;

08- PCCR UNIFICADO E REFORMULAÇÃO DO MESMO (JORNADA COM 1/3 DE PLANEJAMENTO, COMO DETERMINA A LEI DO PISO);

09- GRATIFICAÇÃO PARA OS TRABALHADORES QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL;

10- REFORMULAÇÃO DO REGIME JURIDICO ÚNICO DOS SERVIDORES DO MUNICIPIO DE ANANINDEUA (REDUÇÃO DE QUINQUÊNIO PARA BIÊNIO);

11- RESSARCIMENTO DOS VALORES PAGOS AO SEGURO (PORTO SEGURO);

12- LICENÇA MATERNIDADE DE 6 MESES.

O MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação é uma organização independente de partidos eleitoreiros e governos, que atua na defesa dos interesses dos Trabalhadores em Educação, mas com uma visão classista, superando o tradicional corporativismo. Desse modo, estamos presentes e apoiando a luta dos estudantes, trabalhadores e camponeses, erguendo bem alto a bandeira da REVOLUÇÃO! Conheça mais sobre o MOCLATE:
e-mail: moclatebrasil@gmail.com
Blog: www.blogdomoclate.blogspot.com

Agenda de lutas / Rede Municipal:

12/03 (quarta-feira): Mesa de negociação – concentração em frente a SEMED, a partir das 10 horas.

18/03 (terça-feira): Paralisação e Ato – concentração em frente a Prefeitura, a partir das 09 horas.

FORTALEÇA A LUTA! COMPAREÇA!

sábado, 1 de março de 2014

RONDÔNIA: SOBRE TABLET'S E MECANISMO DE CONTROLE NA EDUCAÇÃO

Recentemente o Governo de Rondônia, através da SEDUC informou que entregará 2,8 mil tablets a professores do Ensino Médio da rede pública. De longe isso não atende a necessidade dos professores da rede que ultrapassam mais de 12 mil. Na data de hoje, 27 de fevereiro, o Secretário de Educação Emerson Castro (Ex-vice-prefeito da Administração Roberto Sobrinho-PT) e talvez o próprio Confúcio Moura (PMDB) estarão realizando entrega “simbólica” desses equipamentos.

Recentemente a SEDUC lançou um diário eletrônico online que visa vigiar e controlar as “práticas pedagógicas” dos professores. Os mecanismos de controle não param por aí, já que estão sendo instaladas câmeras em todas as escolas, transformando o espaço escolar em verdadeiro campo de concentração. Supervisores terão que não só acompanhar (e apoiar pedagogicamente) a prática docente, mas averiguar e conferir as provas bimestrais de TODAS as áreas.

Além disso, “modelos de planejamento” deverão ser seguidos para que todos se adequem à “pedagogia das competências”. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em seu artigo 3º Estabelece como princípios “(...) II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; (...) VII - valorização do profissional da educação escolar;”. A LDB garante, ainda, em seu Art. 15º que “Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”.

QUESTIONAMOS: quais as condições de infraestrutura das escolas da rede? Os modelos impostos pela SEDUC não ferem os princípios da LDB?  Em que momento o Governo Confúcio Moura (PMDB) está garantindo a VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL da Educação? Onde está o reajuste salarial dos trabalhadores em Educação? Onde estão os pagamentos das licenças prêmio negociados? Onde estão os recursos economizados pelos cofres públicos do Estado com o fim dos serviços de vigilância privada?

O “governo da cooperação” [da enganação] tem arrochado cada vez mais o salário dos professores. O que há é muita propaganda mentirosa a respeito das reais condições da educação pública rondoniense que cada vez mais está sucateada e desvalorizada. O site RONDONIAGORA publicou em 23 de fevereiro, que a SEDUC paga por um aluguel R$650.000,00 por ano, enquanto as obras da escola Brasília não são concluídas. Cada sala custa aos cofres públicos R$ 3.869,47. O proprietário do imóvel é a FATEC, que é administrada pela esposa do Chefe da Casa Civil do Governo do Estado. Dinheiro tem! O que falta é vontade política para garantir um salário justo e condições de trabalho dignas!

É PRECISO LUTAR: NÃO ACEITAR AS IMPOSIÇÕES DA SEDUC! NÃO PARTICIPAR DAS FARSAS E DAS PROPAGANDAS GOVERNAMENTAIS QUE SÓ ESCONDEM OS PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA EDUCAÇÃO RONDONIENSE.
BOICOTAR ESTE TIPO DE EVENTO! EXIGIR DO SINTERO UMA POSIÇÃO CONCRETA EM RELAÇÃO A ESSES DESMANDOS! OU ESTÃO NEGOCIANDO PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES?

Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação – MOCLATE Rondônia

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

RJ: Trabalhadores em educação realizam ato unificado

Os trabalhadores em educação das escolas estaduais e municipais do Rio de Janeiro fizeram paralisação unificada na segunda (dia 24/2) e realizaram um ato pela manhã na porta da prefeitura e uma manifestação na Avenida Rio Branco, no centro da capital, da Candelária à Cinelândia, na parte da tarde. Ao final do ato, na Cinelândia, a categoria promoveu uma aula pública na praça para denunciar à população as condições da educação pública no Rio de Janeiro, tanto no âmbito municipal como no estadual.
Os dois atos contaram com a participação de centenas de trabalhadores e teve o apoio de estudantes e pais de alunos. Com faixas, bandeiras e uma bateria agitada os educadores entoaram combativas palavras de ordem contra os sistemáticos ataques dos governos desferidos contra a educação publica.
A gerência Eduardo Paes tentou desqualificar os atos dos educadores lançando uma nota mentirosa. Segundo a Seeduc, 135 servidores, de um total de 91 mil, faltaram ao trabalho. A nota ainda afirmava que a greve é “inoportuna”, já que os sindicatos estão em negociação com a secretaria.
A repressão policial, como de praxe, tentou intimidar o protesto e infiltrou agentes a paisana e também fardados para bisbilhotar e filmar os manifestantes. Alguns PMs utilizaram óculos com microcâmeras acopladas. Apenas novos recursos para auxiliar os cassetetes, bombas, armas de choque de balas de borracha e munição letal farta e inutilmente utilizados para tentar deter o contínuo protesto popular desde as jornadas de junho/julho do ano passado. Não passarão! 

 
Todo apoio a luta dos trabalhadores em educação do Rio de Janeiro!

Não vai ter copa”!



sábado, 15 de fevereiro de 2014

Colégio Carlos Drummond de Andrade recebe Moção de Apoio

 

MOÇÃO DE APOIO AO DIRETOR, PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS, PAIS E ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE DE FOZ DO IGUAÇU-PR.

O MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação, no Paraná, ao tomar conhecimento da situação do Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade da cidade de Foz do Iguaçu-PR, vem manifestar total e irrestrito apoio à direção da escola em mobilizar a comunidade em defesa de um ambiente físico que possibilite o desenvolvimento da boa educação que os filhos dos trabalhadores merecem e tem o direito.
A situação de sucateamento do Colégio Carlos Drumond não é um fato isolado. Muitos colégios e escolas da rede estadual e das redes municipais passam pela mesma situação de abandono por parte do gerenciamento do Estado.
A precarização das condições do ensino público é uma constatação histórica em nosso país. Independentemente da sigla de plantão no gerenciamento do Estado a desculpa é a mesma: Dilma/PT etc. retira dinheiro da educação para a copa e outros eventos narcotizantes; Beto Richa/ Flávio Arns/PSDB e caterva retiram dinheiro das escolas para fomentar propagandas eleitoreiras. Enquanto os gerentes (Dilma, Richa et caterva) gastam rios de dinheiro público com propagandas e seus aliados eleitoreiros para seguirem servindo ao latifúndio, à grande burguesia e ao imperialismo, as escolas e hospitais estão completamente abandonados. As ruínas  das condições de trabalho no Colégio Carlos Drumond prejudicam o ensino e a aprendizagem dos filhos dos trabalhadores que lá estudam.
No ano de 2013 a defesa civil interditou o Colégio Carlos Drumond por falta de segurança dos estudantes e professores. Nesta ocasião os representantes do Estado se comprometeram a resolver o prolema. No entanto a situação não foi resolvida em que pese o esforço, a honestidade e a transparência do professor  Umberto que levou ao conhecimento do Núcleo da Secretaria de Estado da Educação e solicitou solução para o problema.
A omissão do Núcleo e da SEED é a principal responsável pelo sucateamento da escola. O MOCLATE apoia os trabalhadores da educação, os pais e os alunos do colégio em suas justas reivindicações e exige que o gerente da SEED, senhor Flávio Arns, deixe de conversa mole e blábláblá irresponsável como os proferidos por ele em ataques contra o professor Umberto. A histeria do senhor Flávio é o retrato da sua incompetência. Hoje é o colégio Drumond e no futuro bem próximo serão todas as escolas que se levantarão contra os inimigos do povo no gerenciamento do velho estado burguês-latifundiário a serviço do imperialismo.
O MOCLATE desafia o indivíduo Flávio Arns, que nunca deu aula numa escola pública, a tomar água depositada nas caixas de amiantum (cancerígeno) nas escolas que ele diz que está em boas condições; que este mesmo indivíduo vá comer a merenda escolar que é servida para os alunos ou que assuma uma sala de aula com 40 alunos com temperatura acima de 40 graus, recebendo o mísero piso salarial que os professores recebem.FIFA e Cia).
Repudiamos as declarações do secretário de Estado da Educação do Paraná, senhor Flávio Arns, que afirmou a um jornal televisivo no Paraná, na data de 10/02/2014, que o diretor da escola é que é incompetente. O indivíduo Flávio Arns e sua equipe é que são incompetentes. Não adianta senhores se esconderem atacando pessoas honestas e trabalhadores que de fato lutam para garantir a educação pública de qualidade em cada escola. Em defesa da dignidade e da honra dos trabalhadores em educação e dos alunos da escola pública dissemos não aos gerentes  do velho Estado.

EDUCAÇÃO SIM, COPA NÃO!

POR MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO DENTRO DAS ESCOLAS!

ABAIXO AS BRAVATAS DE FLÁVIO, RICHA ET CATERVA!

A NOSSA SOLIDARIEDADE E O NOSSO APOIO AO PROFESSOR UMBERTO E TODOS OS TRABALHADORES E ESTUDANTES DO COLÉGIO CARLOS DRUMOND CONTRA OS ATAQUES E A CONVERSA MOLE DO INDIVÍDUO FLÁVIO ARNS.


MOCLATE – MOVIMENTO CLASSISTA DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO

 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


Pesquisa


Jovens estudantes brasileiros não querem ser professores

Levantamento mostra que 59,77% acham profissão desvalorizada e com más condições


Raquel Sodré





Ser professor do ensino básico não é uma alternativa para a maior parte dos estudantes brasileiros. É o que mostra pesquisa recente realizada pelo núcleo de estagiários e aprendizes Nube. A enquete online perguntou aos estudantes “você tem vontade de ser professor do ensino fundamental e médio?” e contou com a participação de 6.910 jovens. Desses, 40,08% responderam “não, é uma profissão cada vez mais desvalorizada”, e 19,69% marcaram a opção “Já tive vontade, mas desisti pelas más condições”.
“O que a pesquisa frisa é a imagem que o jovem tem do sistema de ensino no Brasil, que ele vê com descrédito. Esse jovem vê os colegas desacatando os professores e escolhe não ser professor”, analisa o psicólogo Henrique Ohl, que atua como analista de treinamento no Nube. As salas de aula refletem bem o resultado da pesquisa. Em uma das turmas de 1º ano do ensino médio do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), em Ouro Preto, somente três dos 25 alunos presentes no dia da visita da reportagem de O TEMPO afirmaram ter vontade de ser professor. “Eu não seria porque minha mãe é professora e eu vejo o esforço que ela faz. Todos os dias, ela prepara as aulas e, muitas vezes, chega em casa chateada porque não consegue dar as aulas do jeito que ela havia planejado. Todo mundo desrespeita, é uma vergonha. E ela não recebe bem”, conta a estudante Clara Tossige, 16.
“Eu não tenho paciência para ser professora de adolescentes. Por ser desvalorizada também não seria professora. Acho que os professores deveriam receber mais pelo estresse que passam”, dispara a também estudante Iasmin de Paula, 17.

Desencontro. Outro fator que contribui para esse desinteresse é a distância que a escola tomou da realidade de crianças e adolescentes. “Há uma tendência (por parte dos estudantes) à negação da escola, pois ela tende a não reconhecer as especificidades do jovem”, comenta o integrante do Observatório da Juventude da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Juarez Dayrell. Ele afirma que as escolas ignorarem o novo estilo de vida promovido pelos avanços tecnológicos também não contribui para uma melhor visão da instituição. “Hoje, o menino entra no Google e fica sabendo de qualquer assunto. A escola continua insistindo na transmissão – e não na produção – de conhecimento e se tornou muito chata”, condena.
A solução para esse conflito é apresentada pelos próprios estudantes. “Alguns professores conseguem fazer com que seus alunos tenham vontade de aprender. Diversificar o modo de ensino e sair um pouco do padrão algumas vezes já torna a aula interessante”, revela a estudante Letícia Anjos, 16. E essa quebra de protocolo pode ser feita mesmo sem o uso de tecnologias. “Muitas vezes, o professor insere as tecnologias na aula, mas de forma totalmente despreparada”, opina Lucas de Castro, 15.

Apagão. Com tamanho desinteresse por uma carreira de licenciatura, já é possível prever um “apagão” de professores. “Já demos um primeiro passo nessa direção. Segundo o Ministério de Educação e Cultura, temos um déficit de 180 mil profissionais para vagas de matemática, física e química”, afirma Ohl. Mas isso não significa que o Brasil ficará sem professores. “Essas vagas serão ocupadas por outros profissionais. Engenheiros para as aulas de física, por exemplo”.
Se, por um lado, os jovens não mostram vontade de ser professor, por outro, sabem que suas opiniões ainda têm muito a mudar. “Vocação não é alguma coisa que você tem, é algo que você vai adquirindo com a idade”, reflete o estudante Daniel Alves, 16, com a sabedoria de um professor.
19,5% dos estudantes fazem cursos de licenciatura, que lhes habilitam a dar aulas para o ensino básico.




Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/brasil/jovens-estudantes-brasileiros-n%C3%A3o-querem-ser-professores-1.786203

 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A persistência do analfabetismo

Um relatório divulgado recentemente pela Unesco aponta que o Brasil aparece em 8° lugar entre os países com maior número de analfabetos adultos.
Segunda o último levantamento do IBGE, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), são 13,2 milhões de analfabetos (entre a população com mais de 15 anos) no país.
Uma pesquisa realizada em 2001, ainda durante o criminoso governo de FHC, realizada pelo Instituto Paulo Montenegro, apontou os assustadores dados: analfabetos adultos 11, 5 milhões, nível rudimentar 40,5 milhões, nível básico 90, 7 milhões e nível pleno 50,2 milhões. Passados quase 13 anos e mais de uma década com o Partido dos Trabalhadores no poder central do velho Estado, a população brasileira aumentou e cresceu também os números em todos os níveis de aprendizado levantados em 2001, ficando o nível chamado “pleno” estável.
Não podemos descartar os dados. As gerências de turno só gostam de utilizá-los quando lhes é favorável. Os oportunistas do PT e seus asseclas (pecedobê e companhia) viviam criticando as outras gerências do Estado Brasileiro pelo fato de nos períodos desses governos mais de 75% da população ser considerada de analfabetos funcionais. E agora? Como vão justificar o injustificável, à medida que dados levantados pelos próprios órgãos dos governos apontam que esse número aumenta a cada ano.
E nas campanhas da farsa eleitoral eles sempre apontaram os diagnósticos para o problema: “É preciso investir massivamente na educação e formar adequadamente nossos professores, blá, blá, blá...”. Assumiram a gerência do imperialismo no país e seguiram a risca a cartilha de sangria desatada das riquezas da nação, da violação dos direitos trabalhistas e previdenciários e da matança de pobres.
Arrotam que a vida do povo brasileiro melhorou, que a “democracia” foi aprofundada e que existe agora uma nova classe média que come três refeições por dia, mas basta surgir dados de pesquisas com essa do Pnad para constatar que tudo não passa de maquiagem e distorção da dura realidade que está submetida parte considerável dos trabalhadores brasileiros.
Não é possível democratizar a educação sem antes transformar radicalmente as estruturas da sociedade. A luta para superar o analfabetismo alcançará êxito quando for parte da politica de um verdadeiro Estado Popular e não desse Estado da burguesia e do latifundiário que quer manter o povo trabalhador analfabeto, oprimido e explorado.
A persistência de uma taxa de analfabetismo considerável e o absurdo número de analfabetos funcionais revelam marcas profundas da semifeudalidade no país. Contudo, ao mesmo passo que lutamos pela destruição do velho Estado, por uma democracia popular, precisamos também organizar as lutas em defesa do ensino público, gratuito e a serviço do povo. Fazer das unidades de ensino genuínas trincheiras de resistência, unindo professores, funcionários, pais e alunos na exigência de maiores investimentos e valorização dos salários dos profissionais em educação e sobretudo, que os filhos e filhas das classes trabalhadoras tenham o direito de aprender.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Abaixo a destruição do ensino público pelo governo PT/FMI e o peleguismo no movimento dos trabalhadores em educação!



O povo brasileiro, principalmente a juventude combatente, tomou as ruas de todo o país em junho/julho de 2013 e protestou massivamente contra a farra da Fifa, a situação caótica dos serviços públicos, o aumento da carestia de vida e a crescente situação de exploração e opressão a que o povo trabalhador é submetido diariamente.
As grandes manifestações voltaram a reaparecer depois de anos de estrangulamento por parte das centrais pelegas e governistas (Cut & cia.), expressando um novo ciclo da luta de classes no Brasil. Após as jornadas de junho/julho, milhares de trabalhadores em educação do Rio de Janeiro, Goiânia e Pará realizaram combativas greves, escancarando a nefasta política educacional da gerência PT/FMI e do velho Estado brasileiro. Apontaram importantes lições para o conjunto dos profissionais em educação. Um exemplo a ser destacado é a grandiosa greve da rede municipal e estadual do Rio de Janeiro.
Foi travado nos mais de 70 dias de greve um verdadeiro “cabo de guerra” com as gerências Paes/Cabral. Relatos de professores que atuam na base apontam que desde o início a direção central do SEPE (Psol/Pstu) fazia todos os esforços para colocar “cabresto” na justa revolta dos trabalhadores, tentando “modelar” a expressiva combatividade demonstrada a cada atividade da categoria em greve, tentando em vão dar à paralisação um caráter pacífico, nos moldes das movimentações que os partidos oportunistas tanto gostam de fazer, em clima de carnaval e sem combatividade.
A greve foi extremamente massiva, ocorreram várias manifestações com 10 mil trabalhadores. As assembleias, todas lotadas, reuniam em torno de 5 mil pessoas na rede municipal. Os grevistas ocuparam a Câmara Municipal para impedir a votação do Plano de Carreira e, diante da ordem de desocupação, resistiram bravamente e só saíram de lá arrastados pela polícia fascista de Paes/Cabral. Após essa ação truculenta e covarde, os trabalhadores em educação convocaram a população para ir às ruas em apoio ao movimento, e o povo do Rio de Janeiro respondeu ao chamado, realizando uma manifestação com mais de 80 mil pessoas no dia 07 de outubro. A juventude combatente respondeu prontamente e se colocou na linha de frente dos combates, protegendo os manifestantes dos ataques da polícia.
A massa demonstrou muita combatividade, mas como é de praxe no movimento sindical oportunista, no final a direção entregou a luta, sobretudo para não comprometer os futuros interesses mesquinhos de seus partidos eleitoreiros. As assembleias que encerraram a greve nas duas redes foram escancaradamente manipuladas. Foram dezenas de falas de avaliação pela continuidade do movimento grevista e após várias táticas de enrolação por parte da mesa para esvaziar a votação decisiva no final, a direção do SEPE acabou manipulando o resultado da votação.
O MOCLATE integrou e acompanhou com grande entusiasmo o histórico levante dos trabalhadores em educação do Rio de Janeiro. Nesse sentido repudiamos veementemente a posição oportunista, pelega, covarde e traidora da direção central do SEPE, que manipulou vergonhosamente a votação e passou por cima da vontade da grande maioria que compõe a base da categoria, que queria continuar a luta e que foi, na verdade, a responsável por este grande e combativo movimento de greve.
E a CNTE/CUT? Onde essa autarquia do MEC estava nos grandes enfrentamentos travados pela categoria em luta? Estavam presentes quando do covarde ataque da PM aos acampados na Câmara Municipal? No máximo mandaram uma representante da executiva nacional na massiva manifestação do dia 07 de outubro e publicaram uma notinha de 3 parágrafos em sua página eletrônica na internet.
Quais conclusões podemos tirar disso? Onde existe combatividade e rebeldia por parte da massa de trabalhadores em educação, onde os métodos de luta são decididos pelos próprios trabalhadores da base e existe uma persistência para que a população se insira na luta, a CNTE está fora, preocupada em preservar os governos com quem são umbilicalmente ligados.
O enfrentamento a todo esse peleguismo e oportunismo precisa ocorrer em cada escola pública desse país, com os trabalhadores defendendo seus reais interesses e também de seus alunos – filhos e filhas da classe trabalhadora. Ou seja, repudiar as orientações desses pseudos representantes que, mais uma vez, usam esse congresso para continuar encastelados na CNTE e obter mais “carguinhos” no velho Estado reacionário e verbas. Para isso fazem conferências e simpósios pra lá e pra cá e reuniões constantes com o governo. Mas quando a massa de trabalhadores em educação vai para o enfrentamento direto com o velho Estado, os burocratas da CNTE (PT, Pecedobê) e de seus sindicatos filados fazem o papel da reação, colocando obstáculos para a luta.
Os trabalhadores em educação necessitam construir um movimento por fora das estruturas burocratizadas do sindicato, precisamos de novas formas de organização e luta. Construir o movimento em cada escola, unindo toda a comunidade. Devemos realizar greves menores e mais intensas, radicalizar no conteúdo e forma desde o início, para que o prejuízo para nossos alunos seja o menor possível. Fazer greves de ocupação de nossas escolas, colocar a referência do movimento no local onde trabalhamos e onde estão nossos alunos e não nos órgãos de governo. Apostar na mobilização da categoria e toda comunidade escolar e não na institucionalidade. Greves eternas desgastam a relação entre o movimento e aqueles com quem devemos manter uma relação estreita de união e confiança, nossos alunos e seus familiares. O movimento em defesa da escola pública, de um ensino público, gratuito e que sirva ao povo, só pode ser forte se unir professores, funcionários, alunos e pais.
Só podemos construir essa união se lutamos por garantir o direito de nossos alunos de estudar e aprender, se construímos no dia a dia e em torno das questões mais imediatas de nossos alunos a luta em defesa do ensino público. Precisamos lutar para que nossas escolas sejam verdadeiramente democráticas, isso significa que quem deve decidir sobre o ensino, o currículo, a avaliação, o planejamento, etc. é a comunidade escolar e não as Secretarias de Educação e seus burocratas.
A situação da escola pública no Brasil hoje é gritante. Professores sobrecarregados, adoecendo devido às péssimas condições de trabalho, alunos desmotivados e sem perspectiva, escolas literalmente caindo aos pedaços. O resultado é que a maioria (sim, a maioria, mesmo que as estatísticas tentem maquiar a realidade) não conclui o ensino fundamental e, dos que concluem, boa parte não aprendeu ao menos a ler e escrever e a maior parte não sabe usar a leitura e a escrita como forma de inserção crítica na realidade. A remuneração dos professores no Brasil é ultrajante, o salário de professor, junto às péssimas condições de trabalho, é tão ruim, que a cada ano aumenta a carência de profissionais nas mais diversas áreas de ensino.
Não existe perspectiva de melhora das condições de trabalho e nem da escola pública como um todo dentro do atual estado de coisas. Nossos direitos só serão conquistados com muita luta e com independência completa dos governos, do velho Estado e suas instituições. Da mesma forma, não será votando em nenhum partido eleitoreiro dessas siglas que compõem o partido único das classes dominantes, que conseguiremos transformar essa dura realidade do ensino.
Conclamamos a todos trabalhadores em educação do Brasil a se unir a nós nesta luta, que é diária, persistente, de formiguinha, mas é a única que pode avançar na perspectiva de uma transformação profunda e radical do ensino e na construção de uma nova e verdadeira democracia em nosso país.

Abaixo o oportunismo, peleguismo e a traição no movimento dos trabalhadores em educação!
Viva a grandiosa greve dos trabalhadores em educação do Rio de Janeiro em 2013!
Defender a escola pública dos ataques dos governos!
Por um ensino público, gratuito e que sirva ao povo!
Construir um poderoso movimento dos trabalhadores dentro de cada escola!

MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação
Contato: moclatebrasil@gmail.com