Abaixo a destruição do ensino público pelo governo PT/FMI e o peleguismo no movimento dos trabalhadores em educação!
O
povo brasileiro, principalmente a juventude combatente, tomou as ruas
de todo o país em junho/julho de 2013 e protestou massivamente
contra a farra da Fifa, a situação caótica dos serviços públicos,
o aumento da carestia de vida e a crescente situação de exploração
e opressão a que o povo trabalhador é submetido diariamente.
As
grandes manifestações voltaram a reaparecer depois de anos de
estrangulamento por parte das centrais pelegas e governistas (Cut &
cia.), expressando um novo ciclo da luta de classes no Brasil. Após
as jornadas de junho/julho, milhares de trabalhadores em educação
do Rio de Janeiro, Goiânia e Pará realizaram combativas greves,
escancarando a nefasta política educacional da gerência PT/FMI e do
velho Estado brasileiro. Apontaram importantes lições para o
conjunto dos profissionais em educação. Um exemplo a ser destacado
é a grandiosa greve da rede municipal e estadual do Rio de Janeiro.
Foi travado nos mais de 70 dias
de greve um verdadeiro “cabo de guerra” com as gerências
Paes/Cabral. Relatos de professores que atuam na base apontam que
desde o início a direção central do SEPE (Psol/Pstu) fazia todos
os esforços para colocar “cabresto” na justa revolta dos
trabalhadores, tentando “modelar” a expressiva combatividade
demonstrada a cada atividade da categoria em greve, tentando em vão
dar à paralisação um caráter pacífico, nos moldes das
movimentações que os partidos oportunistas tanto gostam de fazer,
em clima de carnaval e sem combatividade.
A
greve foi extremamente massiva, ocorreram várias manifestações com
10 mil trabalhadores. As assembleias, todas lotadas, reuniam em torno
de 5 mil pessoas na rede municipal. Os grevistas ocuparam a Câmara
Municipal para impedir a votação do Plano de Carreira e, diante da
ordem de desocupação, resistiram bravamente e só saíram de lá
arrastados pela polícia fascista de Paes/Cabral. Após essa ação
truculenta e covarde, os trabalhadores em educação convocaram a
população para ir às ruas em apoio ao movimento, e o povo do Rio
de Janeiro respondeu ao chamado, realizando uma manifestação com
mais de 80 mil pessoas no dia 07 de outubro. A juventude combatente
respondeu prontamente e se colocou na linha de frente dos combates,
protegendo os manifestantes dos ataques da polícia.
A
massa demonstrou muita combatividade, mas como é de praxe no
movimento sindical oportunista, no final a direção entregou a luta,
sobretudo para não comprometer os futuros interesses mesquinhos de
seus partidos eleitoreiros. As assembleias que encerraram a greve nas
duas redes foram escancaradamente manipuladas. Foram dezenas de falas
de avaliação pela continuidade do movimento grevista e após várias
táticas de enrolação por parte da mesa para esvaziar a votação
decisiva no final, a direção do SEPE acabou manipulando o resultado
da votação.
O
MOCLATE integrou e acompanhou com grande entusiasmo o histórico
levante dos trabalhadores em educação do Rio de Janeiro. Nesse
sentido repudiamos veementemente a posição oportunista, pelega,
covarde e traidora da direção central do SEPE, que manipulou
vergonhosamente a votação e passou por cima da vontade da grande
maioria que compõe a base da categoria, que queria continuar a luta
e que foi, na verdade, a responsável por este grande e combativo
movimento de greve.
E
a CNTE/CUT? Onde essa autarquia do MEC estava nos grandes
enfrentamentos travados pela categoria em luta? Estavam presentes
quando do covarde ataque da PM aos acampados na Câmara Municipal? No
máximo mandaram uma representante da executiva nacional na massiva
manifestação do dia 07 de outubro e publicaram uma notinha de 3
parágrafos em sua página eletrônica na internet.
Quais
conclusões podemos tirar disso? Onde existe combatividade e rebeldia
por parte da massa de trabalhadores em educação, onde os métodos
de luta são decididos pelos próprios trabalhadores da base e existe
uma persistência para que a população se insira na luta, a CNTE
está fora, preocupada em preservar os governos com quem são
umbilicalmente ligados.
O
enfrentamento a todo esse peleguismo e oportunismo precisa ocorrer em
cada escola pública desse país, com os trabalhadores defendendo
seus reais interesses e também de seus alunos – filhos e filhas da
classe trabalhadora. Ou seja, repudiar as orientações desses
pseudos representantes que, mais uma vez, usam esse congresso para
continuar encastelados na CNTE e obter mais “carguinhos” no velho
Estado reacionário e verbas. Para isso fazem conferências e
simpósios pra lá e pra cá e reuniões constantes com o governo.
Mas quando a massa de trabalhadores em educação vai para o
enfrentamento direto com o velho Estado, os burocratas da CNTE (PT,
Pecedobê) e de seus sindicatos filados fazem o papel da reação,
colocando obstáculos para a luta.
Os
trabalhadores em educação necessitam construir um movimento por
fora das estruturas burocratizadas do sindicato, precisamos de novas
formas de organização e luta. Construir o movimento em cada escola,
unindo toda a comunidade. Devemos realizar greves menores e mais
intensas, radicalizar no conteúdo e forma desde o início, para que
o prejuízo para nossos alunos seja o menor possível. Fazer greves
de ocupação de nossas escolas, colocar a referência do movimento
no local onde trabalhamos e onde estão nossos alunos e não nos
órgãos de governo. Apostar na mobilização da categoria e toda
comunidade escolar e não na institucionalidade. Greves eternas
desgastam a relação entre o movimento e aqueles com quem devemos
manter uma relação estreita de união e confiança, nossos alunos e
seus familiares. O movimento em defesa da escola pública, de um
ensino público, gratuito e que sirva ao povo, só pode ser forte se
unir professores, funcionários, alunos e pais.
Só
podemos construir essa união se lutamos por garantir o direito de
nossos alunos de estudar e aprender, se construímos no dia a dia e
em torno das questões mais imediatas de nossos alunos a luta em
defesa do ensino público. Precisamos lutar para que nossas escolas
sejam verdadeiramente democráticas, isso significa que quem deve
decidir sobre o ensino, o currículo, a avaliação, o planejamento,
etc. é a comunidade escolar e não as Secretarias de Educação e
seus burocratas.
A
situação da escola pública no Brasil hoje é gritante. Professores
sobrecarregados, adoecendo devido às péssimas condições de
trabalho, alunos desmotivados e sem perspectiva, escolas literalmente
caindo aos pedaços. O resultado é que a maioria (sim, a maioria,
mesmo que as estatísticas tentem maquiar a realidade) não conclui o
ensino fundamental e, dos que concluem, boa parte não aprendeu ao
menos a ler e escrever e a maior parte não sabe usar a leitura e a
escrita como forma de inserção crítica na realidade. A remuneração
dos professores no Brasil é ultrajante, o salário de professor,
junto às péssimas condições de trabalho, é tão ruim, que a cada
ano aumenta a carência de profissionais nas mais diversas áreas de
ensino.
Não
existe perspectiva de melhora das condições de trabalho e nem da
escola pública como um todo dentro do atual estado de coisas. Nossos
direitos só serão conquistados com muita luta e com independência
completa dos governos, do velho Estado e suas instituições. Da
mesma forma, não será votando em nenhum partido eleitoreiro dessas
siglas que compõem o partido único das classes dominantes, que
conseguiremos transformar essa dura realidade do ensino.
Conclamamos
a todos trabalhadores em educação do Brasil a se unir a nós nesta
luta, que é diária, persistente, de formiguinha, mas é a única
que pode avançar na perspectiva de uma transformação profunda e
radical do ensino e na construção de uma nova e verdadeira
democracia em nosso país.
Abaixo
o oportunismo, peleguismo e a traição no movimento dos
trabalhadores em educação!
Viva
a grandiosa greve dos trabalhadores em educação do Rio de Janeiro
em 2013!
Defender
a escola pública dos ataques dos governos!
Por
um ensino público, gratuito e que sirva ao povo!
Construir
um poderoso movimento dos trabalhadores dentro de cada escola!
MOCLATE
– Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação
Contato:
moclatebrasil@gmail.com
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